quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Turismo sustentável


Desenvolvimento, sustentabilidade... e turismo. Em Grândola, sentimos que nos põem o dedo na ferida.

"Muito embora não exista uma definição única de "Turismo", as Recomendações da Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas, definem-no como "as actividades que as pessoas realizam durante as suas viagens e permanência em lugares diferentes dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros." O Turismo é, nos nossos dias, um fenómeno de âmbito global e que tem vindo a ganhar cada vez mais destaque em termos económicos, sociais e ambientais. Contudo, e apesar do seu desenvolvimento trazer alguns benefícios que a maior parte das populações ambicionam, o desenvolvimento incorrecto desta actividade pode acarretar um amplo leque de problemas que urge minimizar tais como impactes ambientais negativos, perda da identidade local e outras ameaças ao meio envolvente.

Viajar é ainda um luxo para muitos, mas começa a ficar acessível a cada vez mais pessoas. A Organização Mundial do Turismo prevê que 1,1 mil milhões de pessoas viajarão em 2010 e 1,6 mil milhões em 2020 [1]. Devemos preocupar-nos com os impactes deste crescimento, que nos coloca desafios ambientais - devido à poluição que gera[2] - e também culturais - se os complexos turísticos não forem geridos de forma cuidadosa e sustentável, os estragos sociais e culturais daí advindos podem tornar-se trágicos (o consumo excessivo de recursos, a degradação dos habitats das populações indígenas e tribais, ameaçadas pelas constantes visitas dos turistas curiosos, etc.)


É crucial reconhecer o valor do Turismo enquanto agente concreto no processo de coexistência pacífica entre os povos uma vez que, como instrumento de divulgação das culturas, da História, dos valores dos mesmos, promove o respeito e o entendimento entre eles. Este sector, para além de ser o sector económico em maior expansão a nível global, é um veículo privilegiado de informação, e de partilha dos condicionalismos vividos no quotidiano dos países visitados, proporcionada através das experiências de contacto directo com estas realidades.

A Agenda 21, um dos produtos finais da Cimeira do Rio de 1992, veio sublinhar a urgência de medidas a curto, médio e longo prazo, para que se reinventasse a governança global, nacional e local, na senda da equação do Eco-desenvolvimento discutida no âmbito da conferência de Estocolmo, ou seja reafirmando a pertinência do triângulo "economia", "ambiente" e "sociedade". Uma política de Turismo Sustentável exige a implementação de estratégias de desenvolvimento economicamente viáveis, ambientalmente sustentáveis e socialmente justas. Para que seja alcançado este objectivo é imperativo implicar as parcerias entre sector privado, sector público e terceiro sector.


Umas férias em que "Nô Djunta Mon"

Todos os anos, na época de férias de Verão, há jovens que se dedicam a fazer voluntariado em projectos de cooperação para o desenvolvimento, em Cabo Verde, na Guiné-Bissau ou em São Tomé e Príncipe, desenvolvidos pelo Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária (ISU), com parceiros locais e em estreito envolvimento com comunidades locais desses países. Estes projectos denominam-se Nô Djunta Mon, expressão que significa "Vamos Juntar as Mãos" e o reconhecimento da importância das sinergias e do trabalho em conjunto para a resolução de problemas.


Dicas para umas Férias Sustentáveis

Procure destinos que impliquem percursos de viagem reduzidos, sendo importante evitar usar o avião. Sempre que possível opte por soluções como o comboio ou o barco, ou caso tal não seja possível, procure viagens curtas e compense a pegada carbónica da mesma (o que poderá fazer mesmo que não viaje de avião, uma vez que qualquer deslocação tem impactos ao nível da emissão de gases com efeito de estufa). No local, opte por usar transportes públicos em alternativa ao aluguer de um automóvel. Se precisar mesmo de alugar um carro, prefira os mais amigos do ambiente com menor consumo e emissões. E sempre que possível ande a pé ou de bicicleta.


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